Morar perto do trabalho é sonho paulistano
- rodriguesmaia
- 17 de abr. de 2018
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O crescimento da população das cidades e o aumento do tempo de deslocamento diário de casa para o trabalho faz com que a vontade de diminuir essa distância seja uma constante entre os moradores de grandes centros urbanos. Júlia Rosin trabalha na Secretaria de Direitos Humanos de São Paulo e até o ano passado morava em São Bernardo do Campo, na região metropolitana da capital. “O tempo que levava para eu chegar ao Centro, às vezes, demorava duas horas, o que me deixava muito cansada e estressada”, conta. Ela aproveitou uma promoção a chefe de divisão estratégica do órgão e decidiu viver em uma região que tornasse sua vida mais confortável.
Com base em estudos internos, a gerente de Inteligência de Mercado do Grupo ZAP Viva Real, Cristiane Crisci, diz que o tempo de deslocamento de casa para o trabalho é apontado como um dos fatores que mais é levado em consideração para quem está em busca de qualidade de vida. Entretanto, ainda é uma minoria que pode dispor desse “luxo”. “Cerca de 30% das pessoas percorrem até 5 quilômetros para ir e voltar do trabalho. Então, a grande maioria depende de algum meio de transporte para chegar ao trabalho.
O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Amary, lembra que a cidade tem dificuldades com o transporte coletivo e que isso influencia quem decide morar mais perto do trabalho.
Ele cita as características das residências ocupadas pelo morador com esse perfil. “A maior parte é de imóveis de um dormitório, às vezes pequenos estúdios, mas que permite (pela localização) ao ocupante andar a pé para se deslocar. Não precisa de carro, de metrô, de nada, porque ele está muito próximo do local de trabalho.”
O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, diz que o público que ocupa esses imóveis em bairros mistos (que tem características comerciais e residenciais), normalmente é de uma faixa econômica mediana e que dá preferência a residências individuais. “Eles estão mais perto de estações de ônibus, de metrôs, hospital, feira livre, hipermercado… Tudo isso tem uma certa valorização.”
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